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Mercado de trabalho

Quanto vale um bom 3D?

Quanto vale um bom 3D?

Qual é o valor de uma renderização? Qual é a melhor maneira de cobrar? E se os clientes da minha cidade não quiserem me pagar?

Essas e várias outras dúvidas vivem rondando a cabeça de todo jovem gafanhoto que começa na área de Archviz (maquetes eletrônicas). Foi assim comigo também quando entrei nesse mercado e, sejamos sinceros, várias dessas dúvidas tiram o sono até de alguns mais experientes na área.

A verdade é que o tempo todo centenas de pessoas se aventuram nessa área, mas a grande maioria não faz a menor ideia de como responder as perguntas que eu citei lá no início da matéria. Então se você quer entender de uma vez Quanto Realmente Vale um Bom 3D, cola aí e segue lendo:

Quem são nossos clientes?

Antes de começar falando sobre como cobrar, é essencial entender um pouco mais sobre quem são os nossos clientes. Arquitetos, designers de interiores, construtoras e empresas de móveis planejados: essas certamente são a maior parcela daqueles que nos contratam pra fazermos esse trabalho de representação 3D. Damos vida, através de softwares como 3Ds Max, SketchUp, V-Ray, Corona, Photoshop, entre vários outros, a projetos que ainda não saíram do papel.

Por que o 3D é tão importante?

Dá uma olhadinha na imagem abaixo! Olhou?

Planta baixa de um banheiro. Imagem tirada do Google.

Pois então… Um profissional da área, que já está super habituado a representações como essa consegue, com bastante tranquilidade, olhar para uma planta baixa e visualizar como é de fato, aquele projeto.

Mas será que também é assim com os clientes dos nossos clientes, que são a quem essas renderizações que fazemos realmente se destinam? Uma pessoa que é leiga no assunto olha pra esse monte de plantas e, no máximo, consegue entender onde está cada ambiente, mas para por aí. Ela não vai conseguir olhar pra todas aquelas linhas, cortes e especificações técnicas, sem dar um grande nó na cabeça, concorda?

Ok, tudo bem… Talvez esse cliente do nosso cliente até consiga ter uma ideia do que será o projeto, mas entre o que ele vê e o que o projeto realmente é, ainda existe um abismo. E aí que entram os renders, imagens fotorrealistas, maquetes eletrônicas ou como você preferir chamar.

São os renders que fazem ligação, ou até poderia dizer, essa ponte, que carrega todos os detalhes da concepção do projeto e leva ao cliente final, de modo que ele realmente consiga enxergar - sem nó no cérebro nem nada assim - o que realmente é aquele projeto.

Um "print" do SketchUp já é suficiente - Será?

“Ah, mas um print da tela do SketchUp já pode ser suficiente!”. Não tenha dúvidas, um profissional que mostra a apresentação do projeto em um software como o SketchUp, mesmo sem renderizar, já está bem a frente de alguém que não faz isso (o que convenhamos, cá em pleno 2019, já nem deveria acontecer...). Mas acontece que mesmo essa apresentação, sem a renderização, ainda não é realmente fiel ao que foi projetado, e ainda pode causar várias interpretações erradas, aquelas “meias verdades”, além de não evidenciar vários pontos fortes que o projeto pode ter.

O cliente final nem chegaria perto de visualizar aquele luminotécnico show que tanto valoriza o ambiente, aquele espelho bronze ou aquele brilho bem bonito do revestimento. E se fosse um porcelanato cinza ou um cimento queimado? Iriam parecer praticamente a mesma coisa - vistos pelo print da viewport do SketchUp.

E esse é só um pequeno exemplo que mostra a enorme diferença entre mostrar um projeto na tela do SketchUp e apresentar um projeto renderizado por profissionais. Dá uma olhada nesse outro exemplo abaixo, comparando um print tirado lá no SketchUp e uma imagem renderizada ?

SketchUp sendo utilizado como exemplo, por ser o mais usado para o fim em questão: apresentar um projeto direto do software 3D (Imagem tirada do Google).

Imagem renderizada por Gabriel Chahoud utilizando o V-Ray.

As 07 vantagens

Além do que a gente já conversou acima, vou listar aqui pra você mais 7 vantagens de apresentar imagens renderizadas com qualidade profissional aos clientes:

1. Interpretação fiel: diferente de uma “planta” ou outro tipo de representação, imagens renderizadas com qualidade conseguem mostrar fielmente como será o projeto após executado, nos mínimos detalhes (iluminação natural, projeto luminotécnico, revestimentos, etc).

2. Mais chances de fechar: muitas vezes arquitetos não conseguem fechar com seus potenciais clientes, não porque o projeto não estava bom, mas simplesmente porque a apresentação utilizada não foi capaz de mostrar ao cliente, como realmente seria o projeto.

3. Maior chances de fechar (parte 2): vamos usar um exemplo mega simples. Você lá bem tranquilo caminhando pelo shopping, quando de repente, um vendedor de mãos vazias te aborda perguntando se você gostaria de um hambúrguer. Você pode aceitar ou não, ponto. Mas se você está navegando pelas redes sociais e se depara com uma foto como essa logo abaixo, já bate aquela vontade de pegar seu smartphone, abrir um app de delivery e ser feliz!?

Imagem tirada do Google.

Nós, como ser humanos, somos incrivelmente visuais. A partir do momento que o cliente de um arquiteto vê o render da proposta de projeto que o arquiteto trouxe pra ele, como esse abaixo, por exemplo, as chances de o cliente passar a realmente desejar o projeto, se imaginar ali dentro, querer que o projeto seja dele, aumentam incrivelmente!

Imagem feita com V-Ray para SketchUp por Orlando Díaz, aluno do Curso Completo.

4. Menos alterações: nessa aqui vou simplesmente mostrar pra vocês o relato de um dos nossos clientes, quando ainda éramos a Chahoud Renders:

“Pessoal, muito obrigado pelo trabalho que vocês tem feito pra gente! Depois que passamos a contratar vocês para fazer os renders dos nossos projetos, os clientes têm pedido quase nada de alterações. É de cair o queixo a diferença kkkkk Antes de ter os renders de vocês, eram 6, 7 alterações. Muito obrigado, de verdade!”

Conclusão: muitas alterações eram porque os clientes simplesmente não conseguiam entender completamente o projeto, e por isso, ficavam na dúvida e solicitavam alterações.

5. Mais tempo e mais clientes: por gastar menos tempo com alterações, arquitetos e designers ganham tempo para realizar mais projetos, mantendo a qualidade.

6. Mais Dinheiro: com mais projetos, a matemática é simples: a remuneração também melhora!

7. Encantar os Clientes: além de tudo que eu já citei aqui, o fato é que as imagens renderizadas com qualidade tem o poder de encantar os clientes. Ver a “foto” de uma casa ou apartamento que ainda não existe, poder enxergar cada detalhe pensado por quem projetou, deixa qualquer cliente de queixo caído. Quando o projeto é bom e os renders tem qualidade, as imagens mexem com as emoções do potencial cliente final. Através de um bom render, um arquiteto pode fazer com que seu cliente sinta o conforto que terá em sua sala de estar ou o aconchego que terá em seu quarto.

Achei super importante enumerar esses tópicos acima porque, antes de tudo, é essencial que qualquer profissional saiba o valor que seu trabalho tem para o seu cliente.

Cobrar por m²?

Essa é uma dúvida super frequente! Devo cobrar de acordo com o tamanho do projeto que vou renderizar? Existem várias maneiras de precificar o seu trabalho. Eu, pessoalmente, acho que cobrar por metros quadrados é uma das maiores furadas que existe pra quem trabalha com 3D.

Explico: uma sala de estar, cheia de detalhes, decoração, projeto pra iluminação, etc., pode demorar mais pra ser concluída o que um baita galpão de 200m², mas que é super simples. A renderização de uma cozinha residencial pode necessitar mais tempo e trabalho pra ser executada do que um grande restaurante. Resumindo: trabalhar com 3D cobrando por m² muitas vezes pode ser um mega tiro no pé!

Interna vale mais do que Externa?

Esse é outro dos mitos que vejo muito pelas comunidades de archviz. Uma imagem interna não é, necessariamente, mais difícil de se fazer do que uma imagem externa, e vice-versa. Isso é algo que varia bastante de acordo com o projeto e também com o profissional. Quanto mais renderizações de interiores você fizer, mais você irá ficar habituado a fazer renders interiores e naturalmente vai ter mais facilidade com eles. O mesmo vale pra externas.

Então diz aí: como cobrar?

O ponto chave não é se o projeto é grande ou não, se é externa ou interna. O xis da questão está em quão complexo é o trabalho e quanto tempo você vai levar pra executar! Por isso, na minha opinião, o método mais adequado pra conseguir cobrar de maneira justa e inteligente, é cobrando por hora.

Mas se você não faz nem ideia de por onde começar a definir o seu preço, então dá só uma olhadinha nesse post que a gente fez lá na nossa fanpage.

Informações Importantes

  • Antes de iniciar no mercado, estude e crie um bom portfólio. Não tente se inserir no mercado sem antes ter uma qualidade minimamente legal. Um erro que a grande maioria das pessoas que tentam se inserir no mercado cometem, é não se preparar antes de começar a oferecer os serviços. Preparação e planejamento vão ser essenciais pra você ter sucesso!
  • “Aqui na minha cidade ninguém quer pagar...”. Vale lembrar que estamos em pleno 2019 e todo o trabalho que envolve archviz - orçamento, contrato, entrega das imagens - pode ser feito online. Tudo pode ser resolvido via Email e/ou chamada de vídeo.
  • Tendo um nível intermediário de inglês, você já consegue atender clientes de praticamente todo o mundo.
  • Existem ferramentas que permitem o pagamento online nacional e internacionalmente. Use-as, seus clientes agradecem e você também.
  • Qual qualidade é preciso pra conseguir ganhar, por exemplo, R$600 por uma única imagem renderizada? Se você alcançar uma qualidade como a desses renders, já pode conseguir algo nessa base.

Chegamos então ao fim do nosso texto, e espero ter tirado pelo menos boa parte das suas dúvidas mais importantes sobre esse assunto, mas se você ainda ficou com alguma dúvida ou se acha que seria legal acrescentar algo, então deixa seu comentário aí pra gente que vai ser super legal!

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